Esta viagem surgiu como uma oportunidade para curtir com minhas meninas o feriado de Sete de Setembro (segunda-feira), que emendou com o final de semana. Elas estavam em casa, sem viajar desde o Carnaval, doidinhas pra colocar o pé na estrada e se distrair um pouco, desopilar do estresse do isolamento social e das aulas on line praticamente em turno integral (aulas da escola e cursinho preparatório).
Eu queria um destino com pegada no ecoturismo, que fosse isolado, com uma vibe tranquila, e claro, longe de aglomerações. E que também não fosse muito longe de casa, pois tínhamos somente 2 dias inteiros para aproveitar o local escolhido.
Inicialmente pensei em conhecer a região de Caçapava do Sul, fazer a trilha até a Pedra do Segredo, o parque de aventuras em Minas do Camaquã e também conferir o Rincão do Inferno, localizado na divisa dos municípios de Bagé e Lavras do Sul.
Preparei um roteiro bacana, tudo organizado, mas a chuvarada que caiu nos últimos dias na região, aliado à previsão do tempo alertando para mais chuvas, me fizeram repensar esse passeio, e por fim, decidi adiá-lo, para desfrutá-lo num período mais seco e quente, pois muitas atividades prazerosas envolveriam água – banhos em riachos de águas cristalinas, andar de caiaques, canoagem,… O que não combinava com o clima úmido e o friozinho previsto para o feriado.
Então lembrei da dica que minha amiga Irís Campos me deu, sobre uma propriedade rural localizada na região Norte do Estado, no interior do município de Marcelino Ramos, destino já conhecido por suas águas termais. Foi então que aprofundei pesquisas sobre o Quinto Rancho.

Descobri que foi o primeiro hotel da região Norte do Rio Grande do Sul a receber o certificado de adequação às exigências sanitárias de respeito aos protocolos do Ministério do Turismo, Governo Estadual e Municipal em relação ao Covid-19.

O Quinto Rancho tem lindas cabanas espalhadas pela propriedade, algumas mais luxuosas, contando inclusive com banheiras de hidromassagem num deck, com vista para a mata nativa, e outras mais simples e funcionais, mas também com boa estrutura. Todas ocupadas em virtude do feriadão. Nenhum problema para nós, pois temos Frida – nossa casinha sobre rodas. Fiz contato com a recepção da propriedade e felizmente informaram que aceitam motor homes e trailers. Perfeito!

Para a felicidade das minhas três meninas, ainda levamos duas amigas delas para esse passeio. Ou seja, Frida estava com lotação esgotada! O amore Lu foi o super motora, churrasqueiro, cozinheiro e organizador do acampamento de nada mais, nada menos, seis mulheres! Que privilégio teve ele, né.

Para melhor conforto da turma, levamos uma barraca na Frida, que foi meu quarto e do Lu, instalada do ladinho da Frida. Colchão inflável à mão. Beleza. Não fosse a pancada de chuva que caiu no meio da madrugada, que nos obrigou a mudar a barraca para debaixo do toldo da Frida, nossa noite não teve outras intercorrências. Acordamos cedo com o mugido das vacas e o cantar dos passarinhos. Hora do chimarrão!
Saímos por volta das 7 horas de casa e chegamos no Quinto Rancho passava das 11 horas. Seguimos inicialmente pela BR 285 até Passo Fundo. Depois pegamos a RS 135 e por fim a RS 331. Dez quilômetros antes de chegarmos na cidade de Marcelino Ramos avistamos a placa anunciando o Quinto Rancho na margem esquerda da rodovia. Então seguimos mais 2,5 quilômetros por estrada de terra e por fim chegamos na propriedade, localizada na Linha Nossa Senhora da Saúde.
Sobre o Quinto Rancho: é uma propriedade administrada pela família Cassol. Por que Quinto Rancho? Antigamente no local estava localizado o 5º Agrupamento de Divisão de Terras do Rio Grande do Sul, que nomeou de Lajeado Quinto Rancho o riacho que margeia a propriedade, por isso Quinto Rancho.
Assim que chegamos a simpática Dona Marlene, matriarca da família, nos mostrou o local dentro da propriedade destinado ao estacionamento dos motor homes. Nos instalamos numa sombra, num espaço gramado e limpo, ao lado do Galpão Crioulo, decorado com elementos campeiros, estruturado com cozinha, fogão a lenha, banheiros com chuveiros e sala de jogos, para a diversão das meninas. Pela janela, enquanto preparava meu chimarrão eu acompanhava o encilhar dos cavalos e as vacas aguardando o momento da ordenha.


Eu e o Lu iniciamos a organização do almoço da turma enquanto a meninada saiu em disparada dispostas a explorarem todas as possibilidades de lazer do Quinto Rancho e por fim se estabeleceram dentro de uma piscina de água termal, de onde se demoraram a sair.
Sobre o uso das piscinas termais no Quinto Rancho cabe uma importante observação, especialmente no atual cenário de pandemia do Covid-19: cada família, cada grupo, escolhe e faz uso de uma única e específica piscina (são 9 piscinas de diferentes tamanhos e profundidades). Ou seja, não há compartilhamento de piscinas entre os grupos de pessoas, é tudo bem separado e exclusivo. Legal, né. Dá uma sensação de segurança sanitária realmente.

E embora a propriedade ofereça os serviços de restaurante onde são servidas todas as refeições, mediante agendamento de horários, nós optamos por permanecer na Frida e usufruir da cozinha da mesma e o excelente menu dos cozinheiros estrelados Joce e Lu (risos), nos mantendo ainda mais isolados dos demais hóspedes. Eu tive boas referências da comida que é servida no restaurante: são pratos da cultura italiana, germânica, polonesa e brasileira, produzidos com alimentos orgânicos, livres do uso de agrotóxico, cultivados no local e na vizinhança através da agricultura familiar. Talvez numa próxima oportunidade vamos degustar. Nós colhemos tempero verde da horta da propriedade e utilizamos no tempero do nosso churrasco.

Ainda sobre as opções de lazer que vimos por lá, destaque para os passeios a cavalo e de charrete. É claro que minhas amazonas fizeram questão de uma cavalgada. Embora curto, o passeio foi bacana. Também gostaram de andar de pedalinho no lago, atividade que todos nós fizemos por mais de uma vez (gratuito, né), inclusive durante à noite.


Outra atividade bacana que desfrutamos foram as trilhas. Fizemos a Trilha da Cachoeira, trajeto fácil por cerca de 450 metros margeando o Lajeado Quinto Rancho até nos depararmos com uma linda queda d’água que forma uma piscina no riacho. Não fosse a água tão gelada a gente teria encarado um banho. E eu e o Lu exercitamos as pernocas na Trilha do Mirante, de 800 metros, morro acima. Lá no alto fomos premiados com a vista de toda a propriedade. E de quebra nos servimos de laranjas colhidas no pé com as quais fizemos um delicioso suco natural (colheita autorizada pelos proprietários, claro!).




A noite nosso assador preferido preparou um churrasco e depois ficamos de papo por ali, eu e o Lu tomando vinho e cerveja. Por fim resolvemos, já perto da meia-noite, aproveitar mais um pouco das piscinas de água quentinha. Relaxante.
Depois de todo o agito do dia e de muitos banhos de piscina a garotada dormiu largada nas camas da Frida, enquanto eu e o Lu nos aconchegamos na barraca.
No outro dia, que amanheceu com clima mais ameno, novamente aproveitamos a estrutura de lazer do Quinto Rancho. Curti minha preguiça no redário. Por volta das 17 horas recolhemos nossas coisas e iniciamos a viagem de volta pra casa. Na maior parte do trajeto a meninada dormiu. Chegamos em casa cansados mas com as energias renovadas.



Seguiremos em busca de dicas de passeios bacanas assim, voltados ao ecoturismo, longe de aglomerações e perto de casa. E claro, que possamos ficar na nossa casinha rodante.
Amei o passeio amiga, e já tenho o Lu, como amigo, Deus permita que em breve estejamos nos reunindo.
CurtirCurtir
Oi, Rose! Torcendo por nosso encontro, que não tarde. Vamos conversar muito sobre viagens, com taças de vinho nas mãos, claro. Beijo!
CurtirCurtir
Estávamos no Quinto Rancho, no dia 06/09/20. Fomos conhecer o local e achamos muito legal, organizado e aconchegante!
CurtirCurtir
Oi Simone! Sim… Nós também gostamos. Pretendemos retornar e curtir uma bacana com a banheiro de hidromassagem no deck com aquela vista linda. Deve ser uma delícia, né. Grata por comentar. Abraço.
CurtirCurtir